Até uma certa idade, variável por individuo, somos imortais. Nada nos pode acontecer ou eventualmente mais tarde, muito mais tarde. Afinal de contas, que raios!, temos a geração dos nossos pais e nalguns casos dos avós à nossa frente na linha da morte. Para quem se interessa pelas culturas orientais compreender uma das pedras basilares do ensinamento budista "As quatro nobres verdades", durante a nossa época imortal, parece demasiado fácil para ser verdade.
1- A nobre verdade do sofrimento
A cerveja não está a saber bem
2- A nobre verdade da causa do sofrimento
A cerveja não está suficientemente gelada
3- A nobre verdade da extinção da causa do sofrimento
Bezanos cantamos : "Lá láááááá lá queeee liiiiiindoooo diaaaaaa de soliiiiii !!!"
4- A nobre verdade da senda que leva à extinção do sofrimento
Beber cerveja toda a tarde numa esplanada de praia
Um certo dia descobrimos:
1 - que as gerações "à nossa frente" estão a desaparecer, deixando rasto
2 - que a doença com alguma gravidade realmente existe
3 - que os nossos amigos começam a vacilar
Perante estas situações começamos a desconfiar que não somos imortais. Voltamos a avaliar "As quatro nobres verdades" e parecem-nos difíceis de compreender/atingir. Gradualmente começamos a calcorrear o, outrora fácil, caminho da procura de equilíbrio. Começamos a descortinar o que são as tais verdades e ao percorrer este caminho, quiçá até ao nirvana, percebemos que talvez não sermos imortais possa ser interessante. Quem sabe se o nirvana não será descobrir, com toda a certeza, que somos mortais ?
Nahhh era só o que faltava ... mortais.
Fiquem bem.
PJ
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
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